Wilde

Pôs-se meu último Sol, sem glória. Não entendo.

Bombas de hidrogênio, como velas fracas agora

Pequena chama, num pires, posto ao chão

Todo o mundo, no velador, iluminou outrora.

Só se vê bem com os olhos turvos do desejo;

Só palpita alegre o coração que espera ter.

Desperto do sonho pelo toque tão repetitivo

O pungente ardor vai-se aos poucos a fenecer.

Como é doce o beijo que nunca desce aos lábios!

Quão alegre a cena e belo dos tambores o rufar.

Oh! Dúvida! Só tu és mãe do amor verdadeiro!

Só tu proteges o sonho do coveiro-realizar.

Tu eterna ilusão dos muitos eus perdidos.

Eu, fusão de todos os sonhos destroçados.

Vade retro fulgor! Sou eu fracassos iluminados,

Que por benção tenha meus flancos escondidos.

Perdoa esses pensamentos meus tão pessimistas.

E alegra teu rosto nas ilusões do matinal torpor,

Desconsidera que as narinas acostumam ao olor.

Lembra! Só pra minh'alma é que são essas escritas.