LITEIRA

Foi transporte.

Foi pra quem tinha sorte?

Ou foi aquilo que sempre teve.

Mãos calejadas dando movimento.

Àquele ser inalcançável.

Na subserviência dos mais fracos.

Na força bruta do trabalhador.

Na liteira se escondia o benfeitor.

Em trajeto de excelência.

Acomodado na sua pompa de autoridade.

Lá ia o Rei ou o lorde da cidade.

Oh, vida de tantos açoites!

Quando não se bate com o chicote.

Bate-se com a assertiva da subordinação.

Suor alheio servindo o bem estar dos patrões.

Sempre em mãos firmes e seguras.

Voltadas pra atender a elite.

A vida nessa ciranda de poder.

Uns poucos impondo sacrifícios.

Muitos servindo ao que vida lhe impõe.

Afinal, pobreza e simplicidade é benção.

E estar sob as regalias impositivas...

É dificultar o alcance dos benefícios além-vida!

Machadinho
Enviado por Machadinho em 16/09/2020
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