Desumanitismo

De Quincas Borbas a Tim Maia

Onde um homem sorri, o outro falha

A lei que rege o nosso viver

É a mesma lei que aniquila o meu ser

Ao vencedor, as batatas

Ao perdedor, as baratas

E assim segue a vida

Uns com fartura, outros sem comida

É a extrema luta pela sobrevivência

Que leva os indivíduos à decadência

Nesta selva de pedra

Todos temem pela própria queda

Ao abismo que nos cerca

Batalhando contra tudo e todos

Ninguém se preocupa com os outros

Em mundo um de narcisistas

Somos todos sadistas

Incrédulo e invejoso

Minha alma no espelho me apavora

Ao mostrar-me um ser horroroso

Que constantemente chora

Agarro me à existência

Enquanto perco toda minha essência

Isso, se eu tiver uma

Que algum dia ela me consuma