Os Velhos Aposentados
Os Velhos Aposentados (71)
I
Depois de anos trabalhando,
Vão os velhos, definhando,
Nos bancos, da longa avenida,
Recordando, passagens da vida!
II
São assim, os velhos aposentados,
Passando dias, solitários e abandonados.
Como mobiliários, carunchosos esquecidos,
Abandonados, pelos seus ente queridos!
III
Num gesto, de frieza e ingratidão,
Entregues á sua sorte, vão
Morrendo, abandonados lentamente!
Sentido, como um peso á sua gente.
IV
Foi rebusto, lutou na vida,
Levando tudo, de vencida!
Hoje, tem um banco de jardim,
Par ir definhando assim!
V
O pobre velho foi amado,
Quando tinha, emprego e ordenado!
Hoje ignorado, vive no esquecimento.
A família, desejando o seu passamento!
VI
É a ingratidão, da sociedade evoluída,
Sociedade, que aos poucos destruída!
Não tendo, verdadeiro amor familiar,
Em sua vaidade vai-se degradar! (J. R.)