Poemas, do amor à indiferença!

Poema que ontem me conquistara

Farto de estrofe e verso rimado

Que ao ego do poeta alimentara

E em suspiro se convencia, ousado

Poema que se prestara ao amor

Abundante de sentido e nobreza

Que em presságio, denunciara dor

Mas em perspectiva, garantia pureza

Poema que evidenciara o momento

Escasso de virtude e estabilidade

Que em suas linhas, promovia engajamento

Mas nas entrelinhas, a própria iniquidade

Poema que se perdera na exposição alheia

Repleto da própria vaidade e promiscuidade

Que se atentara apenas para a própria aldeia

E foda-se o resto; pra que hombridade?

Poema que acusara falta de compaixão

Exacerbado em individualismo anticristão

Que nem condição de saúde, levou à comoção

E então é fato, tudo foi em vão. Indiscrição!

Poema que agora, até pudera ser de rancor

Intenso porém o meu coração se afaga

Que o condena a um poema-momento, sem cor

E faz do passado, o fácil que se apaga

Poema que enfim, como a vida, sou escritora

Demasiadamente livre e consciente

Que não precisa sequer de editora

E para o poeta de outrora; viva! Sou indiferente.

Gisely Vasconcelos
Enviado por Gisely Vasconcelos em 08/01/2021
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