Amor

O amor,

O mais belo dos sofrimentos,

Tão belo quanto a Lua do outono e

Tão destrutivo quanto uma arma,

Uma arma que está apontada para sua cabeça

Apenas esperando para ser disparada.

Um sentimento fútil e belo

Na tristeza e na alegria lhe deixa em vão,

Entre dois extremos há de ficar então,

Duas oscilações improcedentes,

O mais lindo de todos

Ao mais podre de todos.

Gostaria de nunca ter sofrido por tal,

Minha existência seria livre,

Viveria de uma felicidade incansável,

Sem ter ápices de humor

Que variam sem meu querer

Até meu solitário leito.

Uma farsa,

Destruindo lentamente a vida

Sem mesmo se dar conta disso,

Uma mente que se corrói dolorosamente

Pela infantilidade do positivismo

Em sua eterna ignorância.

A harmonia existente,

Uma curta duração,

E felizmente

Uma curta farsa

Que logo após seu fim

Há de perceber o quão tolo foi.

O apodrecimento inquieto da alma,

Futileza e ignorância,

O ser se cega ao seu redor,

Tudo parece lindo,

Mas assim como tudo em nossa singela existência

Há de ter bons momentos

E principalmente os maus.