Cruel Sejas

Entrego minh’alma a morte

Cruel e fria, dona das dores.

Não reclamarei minha vida aos meus amores

Mas terei em meu descanso a sorte.

Não derramarei lágrimas em vão.

Cruel sejas, anjo meu!

Fizera deste ser o devaneio teu!

Não serei mais um ser humano são!

Não viverei mais neste mundo!

Não viverei! Não terei!

Morrerei ao fechar este ciclo!

“Sou o sonho de tua esperança,

tua febre que nunca descansa,

o delírio que te há de matar!”¹

¹ Fantasma - Álvares de Azevedo