Manhã de Outono

Chorei por amores não correspondidos,

chorei nos campos, chorei, a noite na cama,

chorei no meio da estrada, diante de pálidos campos,

chorei sorrindo, cantando e versando

Os campos desse outono me consolam

O milho que seca me apraz a vista

porque meu interior murchou e secou

e só recebo, laivos de sol, e ventos da manhã

Oh, mãe natureza, me diz, quando... onde...

quem será a alma que me trará bálsamo?

Odor de perfume, lágrimas de amor...

Então a mãe natureza me responde...

dando-me calor do sol, manhãs belas

céu azul e folhas a farfalhar

Na oca árvore ao vento, entrou ar, e lembranças de fora

E vem habitar pássaros de esperanças, crisântemos

De jardim seco florescido

E eu que a dor afago, tanto quanto a esperança,

de amar e ser amado

recolho as pernas junto ao queixo,

me aqueço ao sol, em horas de frio,

que o Outono ameaça, e Inverno anuncia

Se o Inverno vem... traga o tempo... alguém, que pudesse me agasalhar,

cobrir o corpo, cobrir a alma, cobrir meus olhos com luz outra,

que daquela manhã de outono.

Diego Maguelniski