Dá-me liberdade

Dá-me a chave dessa liberdade,

deixa eu voltar pra mim.

Eu corro à cem com a vontade

de me desprender de ti.

O ópio já perdeu o seu regaço

deixando paixão onde só havia cansaço.

Presa estou nesse laço indigesto,

que eu danço em descompasso...

As paredes apertam-me os sentidos.

Afogam-me os espaços...

De repente, eu vejo a sorte me sorrindo.

Mas quando seu beijo me toca os lábios...

É felicidade mórbida me reprimindo...

Engulo o riso, logo depois me afasto.

É só dentro de você que eu me encaixo.

Essas tuas garra...

Descolando minha derme,

rasgando minha vestes...

Nem suor e fluído me impedem

de misturar você em mim

Beber-te aos poucos foi meu pior veneno...

Tomei um porre de você,

agora a ressaca me recobra as horas,

de ter tido a chance de te merecer.

O tempo que eu tenho pra te amar,

sem deixar de me entregar e viver...

Me permitir gozar por um instante,

e logo depois morrer,

É como rodar sem sair do lugar,

é como fugir do meu próprio ser.

Brenda Botelho
Enviado por Brenda Botelho em 17/04/2021
Reeditado em 04/05/2021
Código do texto: T7234560
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