PORTAS FECHADAS

Tu me ignoras

Como se eu nada fosse,

Faz minha alma doer,

Meu coração parar de bater.

Eu te procuro

Na melancolia da noite,

Na suavidade da lua,

E só encontro o vazio.

Sinto-me como um deserto,

Um rio que secou

Quando não te tenho perto.

Sou a saudade a chorar,

Numa tristeza permanente,

Num vazio que nada preenche

Como tortura proeminente.

Tu fechaste as portas pra mim,

Já não vejo flores nas tuas janelas,

Nem mesmo o perfumado jasmim

Ou as margaridas amarelas.

Tudo tornou-se vago,

Meus dias um eterno breu

Sem o teu doce afago,

Percebo agora que me esqueceu.

Descoloriu-se o meu mundo

Nas profundezas do tédio,

Não há mais nós,

Sou apenas eu vagando,

Em cada espaço te procurando.

Vou me perdendo em caminhos

Estreitos, não acho saída,

Ferindo-me à toa nos espinhos,

Buscando um resto de vida,

Peregrinando à tua procura.

Eu sei, estás me evitando,

Roubando-me a paz

Que meu coração pede sangrando

Na angústia de te amar demais.

Já tão tarde reconheço

Que o tempo não volta atrás

E debruçada em sonhos adormeço

Desejando não acordar mais.

By Denise Nogueira, em 04/11/2007

Despecial
Enviado por Despecial em 05/11/2007
Código do texto: T723694
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