Casa

Ruas podres de esgoto aberto

As crianças correm sobre ratos mortos

Luzes azuis e vermelhas estão sempre perto

Sempre atrasadas carregam apenas corpos

Nas vielas as meninas anoréxicas tremem de frio

Vomitariam parte do estômago

Se tal ato chamasse a atenção dos meninos

Nem maquiagem faz seus rostos parecerem sadios

Nas calçadas garotos imundos de alma

Criados à violência dentro de casa

Brigam na rua para se resolverem

De outros métodos não conhecem nada

Nos barracos brigas domésticas

Grandes garotos imundos covardes

Grandes meninas anoréxicas que usam muita maquiagem

Já não mais pela estética

Nos becos os velhos drogados

Observam com seus olhos vermelhos os passantes

Vivendo emersos em seu mundo distante

Drogam-se pois a realidade possui um sabor amargo

Há apenas a pobreza extrema na estrutura e na aura

Os ali nascidos ali irão morrer

Assim existe no olhar dos garotos perdidos certa calma

Pois jamais precisarão crescer

Em solos podres flores nunca irão florescer

E os raros ali nascidos jovens sonhadores

Estarão cinzas antes que possam perceber

Em solos podres cores nunca irão sobreviver

Se havia em meio as personalidades do esgoto

Um pequeno grupo de jovens sonhadores garotos

É agora apenas velho e mal cheiroso lodo

É fácil para a escuridão matar um broto

E se aos olhos de estranhos parece uma realidade brutal

Aos ali crescidos é estar em casa, é normal

É bem verdade que caso conseguissem escapar inferno

Até os demônios sentiriam falta do fogo eterno

Violet Violeta
Enviado por Violet Violeta em 09/06/2021
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