Será
Amarás talvez um dia, breve, fugaz,
Entregando-te em paz?
Amarás a leveza presente em alguém que o belo sente,
A vida, com sua beleza e encanto?
Amarás sem hora marcada, sem agenda lotada,
Só vivendo, sem retorno esperar, amando apenas por amar?
Perguntas que não responderás, pois não mais questionarei,
Não quero confirmar o que de ti já sei.
Não amarás no futuro, pois no passado não amaste.
O presente, obscuro, vives, envolto em frieza,
Respaldado pelas tantas certezas acumuladas, que não te permitem enxergar mais nada.
Escolheste como caminho o verbo matar, mesmo que também venhas a morrer.
Eu, que tanto quis e lutei para te acordar, te mostrar o mundo,
Entregando-te tudo, confesso que cansei.
Hoje, diante desse muro, admito: fracassei.
Ao tentar te amar, meu amor matei.
Só me resta agora enterrá-lo, sem mais demora.
Não perturbo mais, deixo que tu sigas.
Tentarei juntar os cacos da minha vida,
O que sobrou de mim, depois dessa guerra... Fim.