A Punição de Édipo

Andante solitário, à chuva entrego-me

Imerso nas entranhas da noite, vejo-me

Já livre não sou, em neblina perco-me

Ruínas de Tebas, em perdição vou-me

Em chamas, castelos deixei arder

Um voo de desconstrução de mundos

Espasmos de pulsos já moribundos

Última jogada, anúncio do perecer

Caminhos harmoniosos adentrei

Quando ao lado dela caminhei

Significados sublimes alcancei

Quando a pele dela toquei

Pássaro em voo sem volta sou

Agarrado a sombras e medo vou

Mirando o único retorno que me sobrou

O abismo no qual o destino me atirou

Soberba, presunção, taças da destruição

Atiram-se sobre mim escorpiões de discórdia

Cai-me dos ossos a carne que é abominação

Areia, vagar incerto, minha última trajetória

Isaque
Enviado por Isaque em 14/08/2021
Reeditado em 18/08/2021
Código do texto: T7320368
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