Pretérito Perfeito
Ocaso de uma história de amor,
Silêncio prenuncia o som do fim,
E num átimo então incitas:
"Precisamos conversar"
Palavras trágicas, não mágicas,
Tão-só porque ditas são malditas,
Como exercer o conversar,
Quando mal se pode respirar?
Não compreende um iludido,
Que já não é amor o amor defunto,
Somos somente corpos presentes,
Também o sentes,
O ausente nunca está junto.
Findou-se por si só,
A história que não findamos
Desata-se assim o nó,
Tu superas, eu sobrevivo,
Nada mais indicativo,
Ao futuro, reservamos o respeito,
Amor, agora, é pretérito perfeito,
Se havíamos de conversar,
Por que, afinal, não conversamos ?