Ossos e carne

Ossos e carne

Eu saciei com os olhos.

O gosto mais amargo cruel.

Se criança, se anjo, se gente.

O homem bicho cego e o fel.

Afinal é a carne ou o céu.

Responda querubins, porque não entendo.

Pálpebras fechadas na profunda sede.

Uma criança sonolenta de sono e fome.

A mais doce pluma alma.

Sem teto, sem afeto, geme e consome.

Negra? É claro, branco os dentes vorazes.

O homem do espírito semelhante.

Que permite habitar o ódio.

Foi assim, de forma clara, nas manchetes.

Isso, cenas demasiadamente cara.

Meu bebê, filho do meu útero.

Eu sinto, faltou o leite materno.

Mas a tristeza latente da crueldade, inferno.

São moscas e varejeiras na face, no lugar do colo e mamadeira.

Oh! Não, maldição, geração, religião.

Apenas à extensão, a mão, o pão, África, negro irmão.

Minha vergonha em pertencer.

Este século e os interesses, poderes e formas de globalizações

O ápice da carne, como rege Deus tuas mãos.

O semelhante roer o osso, se, é, sim, somos todos irmãos.

Giovane Silva Santos

Giovane Silva Santos
Enviado por Giovane Silva Santos em 21/08/2021
Código do texto: T7325792
Classificação de conteúdo: seguro