Aquele nó...

É um vazio feito de pequenos mundos

E no vazio um poço de lodaçal de águas paradas

Onde há muito se afundou o grito do nosso ser

E nesse poço aquele nó … um nó sem laçadas

Que tem nada a ver com as vísceras enfastiadas

É um nó no vazio atulhado daquilo que fomos

E do que ainda não sabemos e porventura somos

É um nó no espaço do vazio do desconhecido

Onde atámos a saudade que não sentimos

É um nó feito do passado que ficou esquecido

Onde amarrámos os amores que repelimos

É um nó que nos lembra o presente não vivido

Onde abafámos os desesperos perdidos

É um nó feito da ânsia calada e do desejo morto

Onde os quereres jazem agora amortecidos

É um nó das culpas que sempre ficaram negadas

Onde as memórias se fizeram dispersas

E o caminho não trilhado de esperanças mudas

É um nó de uma enormidade de pequenos nadas…