PERDIÇÃO ( ITABUNA, DEZEMBRO, 72)
Nenhum verso cala
No peito do poeta, a tamanha decepção ,
Doída laceração que à alma lhe fala
De tormento e reclama de uma ingratidão.
E depõe as armas, e se desespera, instante
Em que a dor lhe é n"alma mais funda,
Terrível mágoa cortante,
No coração do vate, agonia profunda.
Procura desesperado e contrafeito
Na confluência do tempo, o amor desfeito ,
A imagem daquela flor mais bela.
O coração em desencanto revela:
Não nego.Mesmo desiludido, foi ela,
Confesso: a flor mimosa , aquela
Que me deixou por herança, decepção:
-- Safira , foste, minha perdição !