PELA JANELA
Ontem estava a janela, regada por chuva passageira,
Olhando indiscriminadamente sem receio ou pudor,
Alcançava muito longe um punhado de areia
Onde foi jogada a semente do bendito amor.
Nada fica permanente nessa vida arruaceira
Causando displicentemente magoa e muita dor
Sou vingado pelo diabo, ou não passa de besteira?
Pois a semente jogada ainda não vingou.
Me perdoe, pois não é brincadeira
Fui forçado, pelo próprio ser com furor
De perguntar a essa vida derradeira
Por que o amor tanto me negou?
Autor: Otávio Augusto