PELA JANELA

Ontem estava a janela, regada por chuva passageira,

Olhando indiscriminadamente sem receio ou pudor,

Alcançava muito longe um punhado de areia

Onde foi jogada a semente do bendito amor.

Nada fica permanente nessa vida arruaceira

Causando displicentemente magoa e muita dor

Sou vingado pelo diabo, ou não passa de besteira?

Pois a semente jogada ainda não vingou.

Me perdoe, pois não é brincadeira

Fui forçado, pelo próprio ser com furor

De perguntar a essa vida derradeira

Por que o amor tanto me negou?

Autor: Otávio Augusto

Tavinho
Enviado por Tavinho em 19/11/2007
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