SAUDADE DO QUE NÃO VIVI

Não dormi! A noite é ingrata

Para aqueles que esperam,

Insones, um desejado momento,

Na ânsia e certeza de um acontecimento.

Preparei-me com esmero,

Usei meu melhor perfume e meu melhor sorriso

E saí em busca de encontrar-te

Meio louca, sem juízo.

Cheguei cedo e como fera no cio

Percorri todo o território com olhos atentos

Em busca do teu cheiro, teu sinal

Da minha sina, que ora me atormenta.

Busquei-te nos livros, nas ruas,

Nos espaços onde a vista alcançava.

Estive ali a sua procura por horas a fio

O coração a mil, a ansiedade do tempo vazio.

Vi sua marca num livro de presença.

Sim, estivestes ali e eu te perdi.

Corri insana de um lado a outro.

Sentindo o gosto da perda de algo que não vivi.

Rosimere Ferreira
Enviado por Rosimere Ferreira em 21/11/2007
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