Pedra ferida à beira-mar

Na areia fincada

Tristonha e perdida

Espera cansada

Talvez esquecida

À beira mar...

Uma pedra ferida.

Às vezes sobre ela

O sol vem e desmaia

Quando o tempo cruel

Faz sua sentinela.

Enquanto se espraia

Entre o mar e o céu.

Porém um esbarrão

Da onda sem calma

Um pedaço quebrou

E com ele arrastou

Talvez sua alma...

E na água espalmou...

Mas o resto deixou

Fincado ali no chão...

Tristonho e sozinho

Nem a força do vento,

Em redemoinho

Impôs o destempo

À essa paixão...

Pois o tempo sábio

Já espera paciente

A doce lua crescente

Para a acalentar...

E talvez ela intente

A tal ferida curar...

Mas esta, indiferente,

Olha do alto a costa

E vê o forasteiro mar

Que na pedra encosta

Ingrato e indolente

Para a acariciar...

Quem sabe ele volte,

Já menos distante...

Numa maré de sorte,

E num só instante

Venha a pedra beijar...

Adriribeiro/@adri.poesias

Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 23/04/2022
Código do texto: T7501600
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