Contemplando o vazio

Faz frio, as teias não aquecem.

Um ombro que fosse, sequer me consola.

Espaços distantes erguendo os vazios,

invadindo a paisagem que inunda meu olhar,

intensificam todo um nada, despretensioso,

mantendo a ausência de quem nunca chega,

aumentando o tempo ao redor ocioso.

Não que fosse diferente naquele antes,

quando o que se supunha, na verdade, nunca existiu.

Agora, vivenciando a imensa contemplação,

descortinando a redoma que os anos cobriram,

e a passagem do tempo, quando poucos me viram,

acelera em meu peito essa desilusão.

VIÚVA NEGRA
Enviado por VIÚVA NEGRA em 01/07/2022
Código do texto: T7550435
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