Cavalos de pedra
"Sobre o mármore caminham
cavalos de pedra.
Sob a difusão comandam
as dores da terra.
Príncipes viram tiranos
e valores vão-se embora.
Passam-se os anos e já
não há mais hora.
Parece tudo estar por um fio.
Uma linha delimitada pela loucura.
E o último pensamento vil
clama pela utópica cura.
Há anciãos morrendo
em chãos imundos.
Há sábios agonizando
apelos profundos.
Há cavalos de pedra
sem rédeas ou rodeios.
Há triste evasão de rios
que não são mais cheios.
Há oásis em desertos de poeira.
Há ainda longínqua esperança
para a mudança derradeira.
Há oráculos que profetizam o fim.
Há cavalos de pedra que repousam em mim..."