Forjando Versos
Faço dessa vida um mero disfarce...
Na ausência do verbo, velo meu medo,
Soluço mudo a querer escapar-se
D’uma alma que teme morrer mais cedo.
Eu sei muito bem que gosto de flores,
Mas sei também que as mãos trago vazias.
Que da minha alma eu retiro as dores
E que as transformo em vãs poesias.
Sou sempre só, trago valas no peito.
Ouço vozes nas sombras - que mistério!
Moldo a vácuo essa vida e me deleito,
Forjando versos, levando-os a sério.