Palavras soltas
Por entre a copa das árvores da minha rua,
O vento sopra, não deixando uma folha.
É um dia de Outono,
Não menos rigoroso que tantos outros.
Os pássaros recolhem-se nos beirais.
Outros que nas árvores ficaram, regelam.
O céu começa a escurecer.
As nuvens carregadas não deixam dúvidas,
Uma tempestade se aproxima.
Outra tempestade invade o meu peito,
Antevendo eu,
Que a tormenta vai ser grande!
Meu Deus, mas porquê?
Porquê um castigo tão grande?
Foi a vontade divina!
O sofrimento é sempre vontade divina.
Não consigo enxergar o que te levou a torturar-me!
Como vou enxugar estas lágrimas minhas?
Tenho sido assim tão má pessoa?
O mar sim! Esse por vezes é mau!
Mas nós gostamos dele! Porquê!
Porque ele nos afaga, e nos abraça!
Mas porquê essa indiferença?
Eu também te afago e te abraço!
Meu amor não te esqueças,
Depois da paixão esvair-se,
Só uma coisa nos resta…
A lembrança!