Fria feito pedra
Feito dura rocha incidida
a que teu corpo na terra inflama
miserável, faminto,
sedento minha lira.
E de horror aos espectros medonhos
na noite sombria
olho onde a luz não alcança...
Meu sofrer transforma a mente
choro a morte do teu amor
de um amor que era meu
meu coração triste sangra...
A vida que agora será mais breve
somente por uma ilusão perversa
minha alma a dor escurece...
A dor passada, a previsão futura e o presente tão negro,
aqui os tenho,
aqui com o coração concentrado em uma só coisa:
Que aos teus passos a relva se queime
que sequem todos os prantos
que a flor feneça e que tuas lágrimas
tornem-se logo em impuros vermes nojentos...
A minha dor flameja
não ouço a coruja ao dia
maldita, por ódio me maltrata...
Ela não é anjo e nem fada,
é a que rouba os corações-meninos
para joga-los n’água...
E por causa de tantas magoas
triste, arrependido, digo eu entristecido
ela não é o amor que eu esperava
mas sim uma mulher de pedra – fria...