Fria feito pedra

Feito dura rocha incidida

a que teu corpo na terra inflama

miserável, faminto,

sedento minha lira.

E de horror aos espectros medonhos

na noite sombria

olho onde a luz não alcança...

Meu sofrer transforma a mente

choro a morte do teu amor

de um amor que era meu

meu coração triste sangra...

A vida que agora será mais breve

somente por uma ilusão perversa

minha alma a dor escurece...

A dor passada, a previsão futura e o presente tão negro,

aqui os tenho,

aqui com o coração concentrado em uma só coisa:

Que aos teus passos a relva se queime

que sequem todos os prantos

que a flor feneça e que tuas lágrimas

tornem-se logo em impuros vermes nojentos...

A minha dor flameja

não ouço a coruja ao dia

maldita, por ódio me maltrata...

Ela não é anjo e nem fada,

é a que rouba os corações-meninos

para joga-los n’água...

E por causa de tantas magoas

triste, arrependido, digo eu entristecido

ela não é o amor que eu esperava

mas sim uma mulher de pedra – fria...

SÉRGIO CARVALHO
Enviado por SÉRGIO CARVALHO em 07/12/2007
Código do texto: T769084
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