NEFÉLIO NO OLHAR 

 

Lago Negro, Pedra Azul/ES

 

Mirando um lago negro,

nebulosa

imagem.

 

Nas mãos em concha, atraente fio

dourado dissipa entre os dedos.

 

O indecifrável desampara o espírito.

 

Hoje, luz objetiva o âmago do ser.

 

Amanhã, apenas voz persuasiva de

roteiro sem ação.

 

Uma tiflose para a Vida e para o Bem.

 

Narcisismo entoa paixão pela própria imagem e desvanece toda afeição ao Sagrado,

expressando outras personalidades multipolares da psique.

 

Emergindo, com volúpia, virtudes rodeadas de vícios como

ervas daninhas

atulhadas de espinhos.

 

Sufocante vazão do imaturo ego, alimentando omissões em uma alma

desfalecida.

 

Quais forças desequilibradas nos pratos

da balança do verso evolutivo do

espírito.

 

Nefélio no olhar do ser sem Vida.

 

Mariaga

 

Agradeço a mágica e substancial

interação do poeta

Vilmar Donizetti Pereira

 

OLHOS CEGOS

 

Óleo sobre tela,

NARCISO - CARAVAGGIO

 (1597 a 1599)

 

Os olhos negros e opacos se alimentam

da ilusão

E só veem as alegorias extrínsecas

que circundam esses chacos.

E no microcosmo do impuro amor,

por vida efêmera,

se valem das aparências estéticas que

sufocam a beleza interior.

Num destino, de olhos narcisos e

falsos heróis e ídolos,

tomando de uma aura de neblina; e de

corações duros e gananciosos

que escurecem o jardim.

Com as mentes de ideias céticas e

avessas à Criação Divina

que deixam os olhos cegos

a rosa da vida desse campo de alecrim.

 

Vilmar Donizetti Pereira

 

 

 

 

Mariaga
Enviado por Mariaga em 27/01/2023
Reeditado em 19/03/2023
Código do texto: T7705518
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