E Se Eu Chorar?
Sinal de que ainda existe neste peito
Um velho coração no corpo de um crianço
Assustado, febril, fechado pra balanço...
Velando o conteúdo em tenebroso leito.
As lágrimas que escapam dos cansados olhos
Denunciam a dor do corpo que falece
Ao som da sepulcral e derradeira prece
Rezada na amplidão dos tétricos escolhos.
Ninguém escuta o eco d'alma quando grita
Esvaindo-se em sangue, combalida e aflita
No vácuo da amplidão dos páramos sidéreos
E assim prossegue o negro féretro insepulto
Embebido no pranto do terrivel vulto
Que aguará as plantas dos jardins funéreos.