Morte e não sepultamento
Demonstrar-te-ei todo o desprezo em que te prezo.
Sofri, mas não mais, querido
Agora jaz morto em meu frio coração,
Que não é gelado, só frio.
Cuspirei em tua cara e de ti hei de rir
Quando enfim encontrar e nos olhos olhar-te
Não o matarei, querido, o quero vivo
Para que então minha dor possa eu acalmar
De tanto te aclamar, assim, sempre em vão.
Derramarei em sonhos todo o seu sangue
E feliz, e não culpada, estarei na manhã seguinte
Ao ver teu rosto seco, cheio de rancor
E morto, por dentro e por fora
Tão morto quando Eu ou quanto o meu amor.
De ti só guardo o desprezo do dia 1º de janeiro.
"Está morto, para sempre, dentro de mim."