SEM QUERER

Ao mesmo tempo eu quero tudo e do nada não quero ninguém.

Não consigo decifrar os sinais que aparecem, mas não sei de onde vem.

É tanta loucura que passa na mente, um estranho sozinho no meio de um monte de gente.

Eu quero andar descalço sem sentir o chão, qualquer coisa que distraia o coração.

Eu quero uma praia com chuva caindo, dinheiro que sobra na mão de um menino,

coisas que não fazem muito sentido numa situação corriqueira,

mas para um andarilho perdido são os causadores de uma tempestade de poeira.

Um dia permitiram que a lua beijasse o sol fazendo com que o poeta acreditasse no impossível;

um náufrago a noite procurando o farol que liberte seus sonhos do oceano invisível.

Eu procurei enxergar as estrelas à luz do dia e me senti uma criança sem sua alegria.

Astros no céu que eu não posso tocar, desespero dos lábios sem podê-los beijar,

pressão no meu peito que me falta o ar no mergulho sem volta ao fundo do mar.

Hoje foi dia de escrever besteiras, sem eira nem beira,

o retrato ao contrário da minha parceira.

Eu declamo as cores tão singulares que impossível ao cego contemplar nos olhares.

Aquele olhar de ternura, apaixonado, um toque suave de amado são quimeras que me fazem assombrado.

A estrada livre e o pé no acelerador, o carro engatado na ré nesse destino que eu vou.

Vou sem sair do lugar, não quero partir e nem quero chegar.

Eu labirinto do ser e estar em busca do sonho que me faça acordar.

Max Moraes - sexta, 20 de janeiro de 2023

Max Moraes
Enviado por Max Moraes em 26/04/2023
Código do texto: T7773428
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