Falta de ausência

Calma... desesperadora essa.

Aprendi a disfarçar.

Chama-se: arte da ausência.

Sobrevivo sem qualquer expectativa.

Levo de costas toda a minha vida.

Não nas costas...

Deixo-a ir sozinha.

Não faço esforço nenhum.

Sigo leve, bela e conformada.

Sou como água.

Insípida.. incolor... inodora.

Estou igualzinha ao pote onde me colocaram agora.

Sim... sou fraca e mentirosa.

Derrotada.

Cansada.

Já fui de suplicar...

Em noite sem estrelas.

Hoje me contento em aceitar.

Me aquieto dos e nos desertos.

Até acredito na mais cretina das promessas.

Só, sigo.

Sigo só...

E sem pressa.

Rosangela Calza
Enviado por Rosangela Calza em 14/05/2023
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