Distância

Quilômetros cruéis que secam a esperança,

Tenham piedade de quem só quer

O sublime amor de uma mulher,

Dá-me pelo menos um tempo de bonança!

Meu corpo queima por tanto ansiar estar

Junto ao doce perfume sereno

E à pele macia delicada que pleno

Amor em minh’alma está a despertar!

O desejo não se pode concretizar assim,

Pois os corpos distantes enunciam o fim

Do sentimento que já os dominou!

Ah! Distância! Mestra vil do saudosismo!

Tu és quem deves secar no teu cinismo

Por impedir o amor que se revelou!

Flávio Leal
Enviado por Flávio Leal em 28/11/2005
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