Quando quem cala consente
Mando flores para ninguém,
escrevo cartas ao acaso.
Nenhum endereço me leva do mar,
nenhuma maré chega com atraso.
Então, é a vida marejando o olhar,
medindo em milhas a solidão,
cortando ondas que perpetuam,
sentimentos que amuam,
e o sim preterido ao não.
Venta a brisa, venta leve,
porque toda estada há de ser breve,
enquanto não houver qualquer razão.
O amor que chega a onda leva,
e a todo costume a alma releva,
e assume em silêncio a aceitação...