Trapo velho

Vou vestindo as velhas roupas

Desbotadas, sem viço.

E roupas velhas são velhos hábitos

Amargos, surrados,

Não deveriam mais servir.

Mas ainda servem

Caem, luvas novas.

Meu tear não tem mais fios,

A velha máquina de costura

É só uma velha máquina vazia.

Não teci, não bordei,

Meu tempo esvaziado

Fez de mim um trapo velho.