Que meus versos sejam a voz dos que sofrem

No âmago da minha alma, um chamado persiste,

Uma vocação aflora, triste e resistente.

Mas como uma estrela que brilha inalcançável,

Essa paixão reprimida me tortura implacável.

A angústia que dilacera meu ser,

Meus sonhos de glória e desejos a crescer.

Um fardo invisível sobre meus ombros pesa,

Enquanto minha vocação, silente, me acusa e preza.

Que agonia é sentir-se aprisionada,

Entre o que sou e que jamais serei nada

O chamado ressoa em cada fibra de meu ser,

Mas as correntes do destino me impedem de o receber.

Atravesso dias vazios, sorrisos sem sentido,

Enquanto minha vocação grita, desconhecida.

Carrego o fardo solitário dessa tormenta,

Na noite escura da alma, onde a tristeza assenta.

Inalcançável, como me faz sofrer,

Com promessas não cumpridas, um destino a perder.

A cada passo que dou, sinto-me perdida,

Na encruzilhada da vida, no coração uma ferida.

Que meus versos sejam a voz dos que sofrem,

Os sonhadores silenciados, sem destino a colher.

Que a melancolia sirva de tributo aos que padecem,

Com a vocação impossível de nunca florescer.