Nunca mais

Mais um dia, eu sei, se perdeu,

e esta noite atravessei um deserto.

Fui sozinho, o nada e mais eu,

num caminho de fim tão incerto.

Mais um dia se foi sem lembranças.

Passou rápido, triste e maçante.

Em seus nós, suas tramas e tranças,

o destino durou só um instante.

Hoje, resta-me páginas pálidas,

um caderno de folhas cálidas.

As memórias não são fotos cálidas;

são feridas, ruim desencanto.

Aprendi, vou viver o presente,

sem lamentos, nem choros ou lástimas.

A tristeza faz o homem doente.

Nunca mais vou verter minhas lágrimas.

nunca mais...