Noite II
Na penumbra noturna, perdi-me em labirintos da alma,
esquartejado, meu ser em dor se embrenha e exsuda calma.
Nas sombras densas, obscurecidas visões de ti,
O que cometi de erro, sequer compreendo aqui.
Assumi-me sem disfarces, verdadeiro e audaz,
Se desagradou teu olhar, como reencontrarás?
Não lograrei enganar o pulsar do meu peito,
Na solidão, açoitado, noite após noite, desfeito.
O apagar da paixão, aceitando meu fado,
encaro a noite muda com resignação ao lado.
Os fragmentos do meu ser, no chão estraçalhados,
Ponho fim a essa chaga dos amores passados.
Antes que a noturna tragédia atinja seu auge,
Entrego-me a esta paixão, no renascer que urge,
nas noites intermináveis, emergindo do passado.