Noite II

Na penumbra noturna, perdi-me em labirintos da alma,

esquartejado, meu ser em dor se embrenha e exsuda calma.

Nas sombras densas, obscurecidas visões de ti,

O que cometi de erro, sequer compreendo aqui.

Assumi-me sem disfarces, verdadeiro e audaz,

Se desagradou teu olhar, como reencontrarás?

Não lograrei enganar o pulsar do meu peito,

Na solidão, açoitado, noite após noite, desfeito.

O apagar da paixão, aceitando meu fado,

encaro a noite muda com resignação ao lado.

Os fragmentos do meu ser, no chão estraçalhados,

Ponho fim a essa chaga dos amores passados.

Antes que a noturna tragédia atinja seu auge,

Entrego-me a esta paixão, no renascer que urge,

nas noites intermináveis, emergindo do passado.

Kamarão
Enviado por Kamarão em 24/09/2023
Reeditado em 17/12/2023
Código do texto: T7892960
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