Predestinado

Sim, eu... desanimei...

Confesso que não vou insistir.

Por muito tempo eu suportei,

Mas chega, não vou mentir.

Não dá para segurar o tranco,

Por mais que eu tenha empatia.

Preciso e irei ser franco;

Chega de miopia!

Na verdade, não só empatia.

É amor cego, desvairado.

Eu já não tenho alegria,

Meu ser está devastado.

É um misto de insegurança,

Em cada curva, uma surpresa.

Eu perdi a esperança.

Vou pôr as cartas na mesa:

Sei que a vida está difícil,

Mas faço tudo o que quer.

Para você, parece fácil;

Vive “me dando mulher”!

Isto soa como desculpa!

Não sei onde quer chegar.

Quer me fazer sentir culpa,

Por parar de amar?

Eu até já perdi as contas,

Do “vamos nos dar um tempo”.

Quando vais, não sei o que aprontas.

Cansei de ser seu passatempo!

Vai... procure ser feliz...

Aos poucos, já vinha te perdendo.

Não sei, enfim, o que eu te fiz,

Mas sei que estou sofrendo.

Também seguirei meu caminho,

Caindo e levantando.

Predestinado a viver sozinho,

Mesmo no coração te amando.