TU

De muitas diferenças,

De muitos indiferentes,

Tu és tanto indiferente

Às tuas tantas diferenças...

Confio-me a ti, ó terra amada

Que salve salve salve salve minha pele.

Sou teu povo norte sul oeste leste

Vivendo de esperança desenganada.

Nossos rios de hoje não têm mais botos,

Os rios todos viraram esgoto.

Os morros outrora verdejantes

Têm favelas, não mais árvores como antes.

As favelas espalhadas, mais de mil,

Abrigam teu povo nobre varonil

Extorquido, ultrajado, braço forte,

Que desafia, peito aberto, a própria sorte.

Quando deixarás de ser tão excêntrico?

Gigante adormecido em berço esplêndido?

Quando tu serás de fato paizão

E darás aos filhos teus educação?

Este teu povo aguarda em canga

Ouvir o próprio grito do Ipiranga.

Tu és país do futebol

Mas noturno, cantas como o rouxinol.

rub levy
Enviado por rub levy em 29/01/2024
Reeditado em 05/05/2024
Código do texto: T7987355
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.