O trem

Tenho feito metáforas com a carne,

com os olhos, com a boca, com o efêmero,

e sempre quando tenho comigo o medíocre,

sorrio com as barbatanas de ferro.

Emprego o abstrato chorado no pranto das confusões,

mergulhado sobre a cama às 22:22 de sábado

buscando na misericórdia da inspiração,

da ação, no xeque-mate, no amor,

nas realidades palpáveis a precisão.

Tenho a mocidade dos moços e moças

que vão em comboio aos desejos;

sem rumo parto a meu destino fúnebre,

nesse embarque o desespero atropela

minha boca, minha carne, meus pensamentos…

O gelo de caminhar sobre a estrada de uma vida a outra,

não metafórica, mas viajante para o além-nunca.

Reirazinho
Enviado por Reirazinho em 12/02/2024
Código do texto: T7997378
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