Na Memória Do Jamais-Futuro

Minha vida, como uma música inacabada

com muitas dissonâncias e desafios

Eu a transformo em sentimentais escalas melódicas

Quem ouviu, sem dúvida, entendeu

Recitei meu poema melancólico

sobre a memória do jamais-futuro...

Não me pergunte quantas acordes eu arranquei

enquanto eu chorava sobre minha guitarra,

Como um lamento em tom nostálgico.

Não me pergunte quantas taças

de lágrimas enchi com a solidão...

Nem quantas noites abracei meu travesseiro.

Não me pergunte quantos desejos eu engoli

no campo enarmônico da impotência...

quantos neurônios eu ativei no abdômen...

Às vezes, o amor é

como uma orquestra em silêncio,

como uma pausa nas notas da canção...

Ser resiliente é, ser brando

na cara do momento presente

Sufocando meus lábios de lágrimas.

Agora eu sei porquê.

agora eu sei como eu perdi o meu rumo

o que levaria ao meu sucesso...

Ele era espinhoso, enlameado.

com obstáculos e muitas portas.

A esperança se desfez meio torta.

a última porta fechou e se trancou por dentro.

Eu não tinha a chave da última porta!

Eu não passei pelo arco do triunfo

A música parou teve um coda em acorde suspenso;

Ao fim da peça musical, era o momento do beijo,

Da promessa de amor eterno, mas...

Ficou na vontade de um futuro que não aconteceu;

Na memória do jamais-futuro, restou apenas o ensejo

Ao fim da peça, era o beijo, mas a música acabou antes do fim.

Paulo Siuves
Enviado por Paulo Siuves em 25/04/2024
Código do texto: T8049782
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