CARTAS PARA MIM

No silêncio da noite, com chuvas sombria,

Sinto-me só, comendo somente comida fria,

Escrevo cartas para mim, num tom de agonia,

Ressuscitando memórias de dor e melancolia.

A primeira carta é um lamento, da infância esquecida,

Como ao muchar de uma margarida,

Falo dos medos ocultos, da solidão escondida,

E dos monstros que habitavam, a alma ferida.

Na segunda, um jovem perdido, coração em desespero,

Sonhos despedaçados, amor falso e efêmero,

Escrevo sobre traições, sem nenhuma voz sair

E dos gritos silenciados que existe em mim

A terceira carta é de batalhas, noites sem alvorecer,

Travo guerras internas, sem ninguém a perceber,

Falo de cicatrizes, que o tempo não vai esquecer,

Como corro a batalha sabendo que vou perder

Na quarta, o presente se revela, um eco sombrio,

Trazendo sempre um enorme vazio.

Rostos sem expressão, em um mundo hostil

E a paz que se desfez, como um sopro tardio.

Escrevo cartas para mim, para sempre lembrar,

Pontes que ligam o hoje para eu não mudar,

Esse mundo é dor, não tem esperança,

Mas nunca deixo de acreditar feito criança.

Fecho as cartas com cuidado, no baú das tristezas,

Guardo-as como lembranças, de antigas fraquezas,

Pois cada carta, é um espelho em que vejo a mudança

Como amadureci e me tornei esperança.

Termino essa carta com um sorriso,

sofri, lutei, chorei, mas foi preciso,

Apesar de um mundo cheio de dor,

Nunca deixei de acreditar no AMOR.

GEOVANO MEDEIROS
Enviado por GEOVANO MEDEIROS em 17/05/2024
Reeditado em 17/05/2024
Código do texto: T8065471
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