Paraíso Efêmero

Em seis dias,

Deus completou o céu e a terra.

Em menos de uma semana,

Filipe, Israel, Matheus e Vinicius foram embora.

Tudo que toco, destruo.

Tudo sobre o qual me aproximo é intenso e curto.

Senti isso quando fomos à praia.

À beira do mar,

eu o filmava lavando seus pés na água.

Você era a musa, eu era o escritor.

Você sorriu e me chamou de amor.

Foi quando mergulhei em seus olhos de criança brincalhona e esperei a maré o levar.

Pois mesmo em um paraíso privado,

entre o Tigre e o Eufrates

Você não era meu para durar

Ainda o guardo na memória

Como costumava guardar suas conchas

Sem pretensão de devolvê-las ao mar

Tal como guarda minha blusa xadrez

Pois ela o lembra da primeira vez

Quando em mim havia novidade

Sentados à orla com a maresia entrelaçada como véu diante aos meus olhos tenros

O "para sempre" era uma verdade

Mas o amor é uma espada cravada à rocha

Cujo a lâmina é indigna das minhas mãos

As mesmas que sepultaram meus ossos

E cada garoto que despedaçou meu coração

Cativos no jardim sombrio da minha memória

Onde repousam os destroços de cada efêmero paraíso de ilusão

Maykii
Enviado por Maykii em 21/05/2024
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