CORAÇÃO ERRANTE
CORAÇÃO ERRANTE
Há tempos vagueio
E na vida, permeio,
Sucessos e perdas
Em dado momento
Vem o desalento
Veredas esquerdas
Deixei a procura
Doença sem cura
Ignoro a esperança
Infame ditado
O desejo esperado
Jamais se alcança
O tempo inimigo
Nega o abrigo
Expõe a ferida
Errante andarilho
Fora do trilho
Implorando guarida
Encantos inúteis
Decadentes e fúteis
Corrompem a razão
Pesados grilhões
Negros alçapões
Anulando a emoção
Sigo a estrada,
Que ao findar, dará em nada,
O sentimento é solitário
A vida segue em frente
E só continuo um vivente
Porque sou retardatário
O que fazer de um coração
Em permanente contrição
Uma nau avariada
Sem bússola ou sextante
Apenas um navio errante
Com a vela derreada...?