ESSE MOÇO

O hoje desliza

na vala,

enquanto o passado presente

receoso avisa,

que na beira do fosso

desequilibra esse moço

sem fala,

sem jeito, gira, agita no espaço

suas loucuras mais estranhas,

que geme incrustada nas entranhas,

uma mão qualquer derrama a trama

no doce frescor,

e esparrama

pedaços de um todo de dor.

Ah! esse moço...

Indolente, insolente, poeta...

Assiste na cochia da vida

a cena que parte, reparte, sofrida,

refina menina atrevida sina,

que ensina

não se encena mais,

segue o bloco da desilusão;

Assim fica esse moço

sentimento na vala

orgulho no fosso,

esse moço.... Ah! moço ...

Sem fala

coração aquieta-se

emudece, cala.

E você

finge que não vê...

25/02/08

ANDRADE JORGE

ANDRADE JORGE
Enviado por ANDRADE JORGE em 26/02/2008
Reeditado em 09/05/2018
Código do texto: T876217
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