SORRINDO PARA UM CÉU CINZENTO

Quase que eterno é este imenso abismo

Deixa o sublime inoculo a contento

Perto do reluzir, fugaz relento

Dentro do encanto d’outro egoísmo

Clarão no azul, magnetismo

Tudo estampado, poesia e flores

Nada mais incomum que o altruísmo

Filosofia, solidão e amores

De nada serve o recitar aflito

Não vejo no futuro outras cores

Sonhos que intensificam minhas dores

Vem deste eterno coração contrito

Vejo no horizonte o infinito

Por fim pressinto que estou ausente

Meu caminhar no mundo está restrito

Sinto a tristeza módica e carente

Felicidade contraproducente

Estou sorrindo para um céu cinzento

Meu alegrar culmina num momento

Meu lamentar se expande lentamente.

Onécimo Fiuza
Enviado por Onécimo Fiuza em 10/03/2008
Código do texto: T895034