SORRINDO PARA UM CÉU CINZENTO
Quase que eterno é este imenso abismo
Deixa o sublime inoculo a contento
Perto do reluzir, fugaz relento
Dentro do encanto d’outro egoísmo
Clarão no azul, magnetismo
Tudo estampado, poesia e flores
Nada mais incomum que o altruísmo
Filosofia, solidão e amores
De nada serve o recitar aflito
Não vejo no futuro outras cores
Sonhos que intensificam minhas dores
Vem deste eterno coração contrito
Vejo no horizonte o infinito
Por fim pressinto que estou ausente
Meu caminhar no mundo está restrito
Sinto a tristeza módica e carente
Felicidade contraproducente
Estou sorrindo para um céu cinzento
Meu alegrar culmina num momento
Meu lamentar se expande lentamente.