Nunca é doce morrer no mar...

NUNCA É DOCE MORRER NO MAR

(Poet Ha, Abilio Machado.130108)

Atravessei a areia branca

Os pés cansados

Arrastavam

Atravessei a fagulha do pensamento

As suas imagens

Restavam...

O berço liso deixado pela água

Como as lágrimas em meus olhos

Abrandavam

O sorriso que dia tive

Sombrearam minha face

Dispersaram...

Minha angústia buscava longe

Uma luz que não surgia

Pairou minha vontade

Sobre as ondas que

Quebravam...

Uma ave anunciava

A tarde que se afastava

Eu perdido em minha solidão

Minhas mãos trêmulas

Procuravam...

O alento pelo fato do não achado.

A verdade que nada fôra dito

No último suspiro...

Esses sonhos..

Iam...

E não voltavam...