CIRCULOS DA VIDA

Pulando amarelinha

quis ser fada

sonhei ser rainha

amante e amada.

Bem quietinha

sob a escada

construí casinha

e fui folgada...

Cresci virei gracinha

e distante namorada.

Invejava a joaninha,

liberta em toda estrada,

e a cigarra e a andorinha

e as gotas da chuvarada

que na janela da cozinha

cumpriam sua jornada.

No tempo que caminha

assisti na arquibancada

o vagar de uma folhinha

impotente e empoeirada.

Na esperança que definha

varo a noite e a madrugada

triste e aqui sozinha

divisando a quixotada...

E tal qual a rãzinha

que lutava desatinada,

no espaço da entrelinha,

morro dando risada.