O DIA DA FLOR
No dia em que ficou louca
se fez na flor
toda a crueldade da demência
a raiva, o ciúme, o choro
o choro, o choro, o choro...
Ficou na dúvida:
"agora não sei se mato ou morro"
e o choro, o choro, o choro...
No dia em que ficou louca
aprendeu que tem amor
que é doença
e experimentou a dor
a obsessão, a descrença
de que se pode esquecer...
No dia da sua insânia
conheceu a perfídia, a indiferença
e não quis mais desejar
ser borboleta ou beija-flor
só flor, só flor, só flor...