Poeta bêbado

Um homem anda entorpecido de poesia

Pra ver se esquece o mal e o real

Ele deseja estar embevecido de fantasia

Pra ver se consegue tornar-se imortal

Sua alma flutua adoecida

Pelo abandonado cais noturno

Com fantasmas e bebidas

Filosofando temas soturnos

O homem, na sua caminhada

Nada mais interessa seu peito sombrio

A não ser construir sua jangada

Com o que lhe resta do seu pouco brio

Nada mais neste louco mundo

Sustenta-lhe alguma esperança

Já cavaste tantas vezes fundo

E só encontrastes lambanças

O homem já não olha pra traz

E se olhar deseja mais ainda partir

Pra onde tudo é o que a poesia faz

Devaneando uma estrada a seguir

Vavá Borges
Enviado por Vavá Borges em 13/05/2008
Código do texto: T988153