A MORTE DE UM POETA

Autor José Mauro Cândido Mendes

Faleceu na humilhação,

Numa solidão de pesares,

Deixando-nos amargurados,

Profundamente sentidos

Na calada da noite,

Naquele leito

Em sua fria alcova

Numa penumbra escura

Onde não se via nada

Serraram-se sua pálpebras para sempre

Deixando a vida,

Preferindo a morte

Começo de uma vida eterna

A glória no reino dos céus

Naquele mísero lar, comentava-se:

O finado poeta preferiu partir para glória

Pois a vida não lhe foi boa

Trazia muita solidão, amargura, falsidades

Desprezo da mulher amada

Naquela mortália seu corpo velava frio

Ao derredor:

Amigos, admiradores,

Choravam lamentavam sua morte

Aos familiares as palavras de alento, de conforto

Seu sepultamento se deu numa tarde triste

Fria – num domingo sem sol

Na lápide um verso gravado:

Caro poeta, porque nos deixaste?

Nos faz falta sua alegria

Fazia sorrir os tristes

Porque preferiu a morte?

Sendo que a vida é um paraíso

Dos seus amigos, com pesar!

Barbacena,mg junho/77

jose mauro candido mendes
Enviado por jose mauro candido mendes em 26/05/2008
Código do texto: T1006335